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Jason Priestley deixa papéis de bom moço de lado para viver sociopata

VITOR MORENO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Famoso na pele do Brandon Walsh de “Barrados no Baile” (1990-2000), o ator Jason Priestley, 51, tenta há alguns anos se afastar da imagem de bom-moço. Apesar de não renegar o passado, ele tem achado mais atraentes os papéis que lhe exigem outras habilidades.

É o caso de Tony Tatterton nos cinco filmes que gravou para o canal pago Lifetime e que estão disponíveis no serviço de streaming da empresa. Eles são baseados na saga dos Casteel, uma série de livros populares da escritora americana V.C. Andrews.

Na trama, o empresário é capaz de coisas horríveis, mas mantém o ar de inocência para a sociedade. “Hoje em dia acho esse tipo de personagem mais desafiador, para dizer a verdade”, conta o ator ao F5 durante evento com a imprensa latino-americana.

“Também há desafios em interpretar caras bonzinhos como o Brandon”, compara. “Mas é muito mais instigante fazer alguém como o Tony porque tenho que encontrar formas de fazer com que as pessoas gostem dele, mesmo que com todas as coisas questionáveis que ele faz. Hoje em dia personagens problemáticos têm me atraído mais.”
E problemas Tony tem de sobra: “Além de ele ter tendências sociopatas, a gente trata de incesto e alcoolismo”. “Eles precisavam de um ator que fizesse esse personagem palatável apesar de não fazer coisas palatáveis”, explica.

Priestley conta que teve que estudar muito para entender a mente desse homem. “Como ator, você sempre tem que se apaixonar pelo personagem que você está interpretando e lembrar que existem pessoas que fazem coisas desprezíveis como essas achando que estão fazendo o correto”, diz. “Você precisa entender o que justifica essas ações, qual a psicologia por trás daquilo.”

Outro desafio para ele é que, entre o primeiro e o último filme, o personagem envelhece cerca de 35 anos. Símbolo sexual nos anos 1990, ele conta que não teve problemas em envelhecer na frente da câmera, inclusive com um processo de maquiagem que chegava a durar duas horas no final da saga.

“Estou chegando em uma idade que até comer um bife se tornou um prazer do qual sinto culpa, porque tenho que me preocupar com o colesterol, é uma tragédia”, brinca. “Meu ego não foi ferido de forma alguma. Na verdade, eu até agradeço a oportunidade de fazer isso.”

Ele lembra que havia interpretado um idoso apenas uma vez, em um episódio de “Barrados no Baile” em que vivia um velho joalheiro de quem Brandon comprava um anel. “Nessa época da série, eu só estava procurando meios de me manter entretido”, entrega.

Com mais de 30 anos de carreira, ele conta o segredo para se manter ativo em Hollywood por tanto tempo. “Eu vi todos os lados dessa indústria e ela é maravilhosa, mas também pode ser bem cruel às vezes”, avalia. “Para ter longevidade, você não pode perder a imaginação e o desejo de sair da zona de conforto, é isso que te faz seguir adiante.”

Seu único arrependimento em todo esse período foi não ter feito faculdade. “Gostaria de ter tirado um tempo para isso”, confessa. “Ainda poderia fazer, claro, mas precisaria encontrar tempo. Estou sempre trabalhando, então talvez faça isso quando diminuir um pouco o ritmo.”

Uma das coisas que tem o deixado mais satisfeito nos últimos anos é comandar a equipe por trás das câmeras, algo que ele também fez em um dos filmes da saga (“Corações Destroçados”). “Eu adoro dirigir e, por enquanto, divido meu tempo entre as duas atividades. Porém, tenho certeza de que um dia vou apenas dirigir. Acho que esse dia está cada vez mais próximo.”

Ele lembra que esse interesse surgiu justamente quando ele estava em “Barrados no Baile”. “Comecei a dirigir na terceira temporada e, no final da série, eu já tinha dirigido mais episódios que quase todos os outros diretores”, afirma. “Também foi quando comecei a produzir, então eu via a série como uma grande oportunidade também de aprender.”
Aliás, ele é só elogios a todos os que participaram da produção. “Era um lugar incrível para se trabalhar, era tão divertido quanto parecia na televisão”, garante. No momento, ele diz que ainda está de luto pela perda do colega Luke Perry (1966-2019), que interpretava o bad boy Dylan McKay.

“Ele não era apenas um colega de elenco, era um amigo muito querido”, afirma. “Perdê-lo com tão pouca idade foi uma tragédia. Eu e minha família ainda não nos recuperamos, infelizmente.”

A fama da dupla, bem como de todo o resto do elenco, foi enorme nos anos 1990, o que rendeu muitos convites para as coisas mais variadas. Priestley apareceu, por exemplo, no clipe da música “Boys”, de Britney Spears em parceria com Pharrell Williams, ao lado de Mike Meyers, Taye Diggs e Justin Long entre outros.

“Nos divertimos muito naquele dia, dançando com a Britney e fazendo palhaçadas no set. Ela é uma pessoa muito doce”, conta. Ele, no entanto, preferiu não opinar sobre a questão da tutela da cantora, que tem ganhado todos os holofotes da mídia nos últimos tempos. “Não tenho informação o suficiente e não sei nada sobre a parte jurídica do caso”, explica.

Ele avalia, no entanto, como a figura da celebridade tem mudado ao longo dos anos. “O significado de fama e o acesso a ela mudaram com a tecnologia”, diz. “Eu me tornei ator e fiquei famoso porque estava em uma série na televisão.”

Hoje as pessoas têm o desejo de se tornarem famosas por nada, acho isso muito perigoso”, prossegue. “Olha as Kardashians, é uma família inteira de pessoas que são famosas por nada, não têm nenhum talento discernível.”

Por outro lado, ele elogia a “incrível atriz brasileira” Mariana Ximenes, 40, com quem ele trabalhou no filme “Zoom” (2015), de Pedro Morelli. Sobre a experiência, ele lembra das gravações em São Paulo e Paraty (no litoral do Rio de Janeiro). “É um filme bem legal que não sei se muitas pessoas viram”, afirma. “Eu encorajo as pessoas a verem o longa e também a irem a Paraty se tiverem a oportunidade, é um lugar mágico.”

No momento, ele está com o tempo preenchido por outra produção, a da série “Private Eyes”, na qual interpreta um ex-jogador de hockey que vira detetive particular. “Acabamos de filmar a quinta temporada”, conta. “Tem sido incrivelmente gratificante para todos que participam, adoramos fazer a série e parece que as pessoas também estão gostando de assistir.”

Se não fosse ator, talvez Priestley se dedicasse a cozinhar, um hobby que ele adora. Inclusive, se chegasse o convite certo, ele poderia até fazer isso diante das câmeras. “Adoraria ter um programa de culinária”, revela. “Só preciso descobrir qual seria o diferencial, porque acho que já há muitos similares no ar.”

Porém, o principal papel da vida do ator ainda é o de pai de Ava, 14, e Dashiell, 12. “A paternidade mudou as coisas para mim”, afirma. “É a melhor coisa que pôde me acontecer, amo meus filhos mais do que tudo, tudo o que faço hoje é por eles. Filhos complicam a sua vida de muitas formas, mas também a completam. Eles são tudo para mim.”

SAGA DOS CASTEEL
Todos os filmes estão disponíveis no LifetimePlay desde 1º de julho
“Os Sonhos de Heaven”
“Anjo Negro”
“Corações Destroçados”
“Portões do Paraíso”
“Teia dos Sonhos”OUTROS FILMES BASEADOS NA OBRA DE V. C. ANDREWS
Saga Landry
“Ruby” – Estreia 14/7, às 21h / “Pérola na Névoa” – Estreia 17/7, às 21h / “Brilho Oculto” – Estreia 21/7, às 21h / “A Joia Secreta” – Estreia 24/7, às 21h
Saga Jardim dos Esquecidos
“O Jardim dos Esquecidos”, “Pétalas ao Vento”, “Os Espinhos do Mal” e “Sementes do Passado” – todos disponíveis no LifetimePlay

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