A queda da testosterona com o avanço da idade é um processo natural, mas que pode trazer impactos significativos à saúde física, sexual e emocional dos homens. Conhecida popularmente como “andropausa”, termo não oficial na medicina, mas amplamente utilizado para se referir ao hipogonadismo tardio, essa condição é marcada por um declínio gradual dos níveis hormonais, especialmente da testosterona total e livre.
Entre os sintomas mais frequentes estão o cansaço excessivo, perda de energia, queda na libido, disfunção erétil, alterações de humor como irritabilidade, ansiedade e até depressão. Também são comuns a redução da massa muscular, o aumento da gordura abdominal, dificuldade de concentração, falhas na memória e até a diminuição da densidade óssea, o que aumenta o risco de osteopenia e osteoporose.
Segundo o endocrinologista Dr. Filipe Fontes (CRM 200152/SP), o diagnóstico de deficiência androgênica não deve se basear apenas em números laboratoriais. “Não é só o número no exame que importa. O mais importante é a correlação entre os níveis hormonais e os sintomas do paciente”, explica.
O objetivo é restaurar os níveis hormonais a patamares saudáveis, promovendo melhora da libido, do desempenho sexual, da vitalidade, do humor e da composição corporal. Nestes casos, a reposição hormonal masculina (TRT – Testosterone Replacement Therapy) pode ser uma alternativa segura e eficaz, desde que bem indicada.
Contudo, é fundamental que a terapia seja conduzida por um médico endocrinologista ou urologista com experiência no tema, realizando avaliações clínicas periódicas, exames laboratoriais regulares e monitoramento de possíveis efeitos colaterais para garantir a segurança do tratamento.
Apesar dos avanços da medicina, o tema ainda enfrenta resistência. Muitos homens evitam buscar ajuda médica, interpretando os sintomas como “normais da idade” ou associando a queda hormonal a um sinal de fraqueza. Essa negação pode atrasar o diagnóstico e comprometer seriamente a qualidade de vida.
Cerca de 40% dos homens acima dos 45 anos podem apresentar algum grau de deficiência androgênica, mas a maioria desconhece a condição ou não recebe tratamento adequado.
Promover a conscientização sobre a andropausa e seus impactos é fundamental. Assim como as mulheres contam com acompanhamento especializado na menopausa, os homens também precisam de suporte médico para atravessar essa fase com saúde, vitalidade e bem-estar.